quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Meu mundo caiu

Ontem, durante um papo no escritório sobre livros, expressei meu encanto pelo "O Pequeno Príncipe", que eu chamo, carinhosamente de "Livro de Miss".
Ana Bárbara se assustou e disse: "Nunca li o livro, mas não gostei do filme. A serpente mata o menino no final".
"Ã? Como assim" - indaguei.
"Bom, pelo menos no filme é assim, eu me lembro."

Fiquei atônita!

Hoje pela manhã fui na minha prateleira de livros, vasta de obras de gente intectual como eu, "Chic[érrimo]" - De Glorinha Kalil, "O diário de Bridgit Jones" - De Helen Fielding, alguns livros de Relações Públicas e produção de eventos e... "O Pequeno Príncipe" de Saint-Exupéry.

Pois bem, no laboratório, enquanto esperava ser chamada para o exame de sangue, peguei meu livro "com aquarelas do autor" (adoro essa observação na capa!) e fui direto para as últimas páginas. (Não precisava reler. Eu sei a história toda. Amo mesmo, é sério. Não, eu não fui assistir Luana Piovani na UERJ)

Página 83, capítulo XXVI

Havia, ao lado do poço, a ruína de um velho muro de pedra. Quando voltei do trabalho, no dia seguinte, vi, de longe, o meu pequeno príncipe sentado no alto, com as pernas balançando. E eu o escutei dizer:
- Tu não te lembras então? Não foi bem esse o lugar!

Uma outra voz lhe respondeu, porque ele replicou em seguida:
- Não! Não estou enganado. O dia é este, mas não é este o lugar...

Prossegui em direção ao muro. Não enxergava nem ouvia ninguém a não ser ele... No entanto, o principezinho replicou novamente:
-... Está bem. Tú verás na areia onde começam as marcas dos meus passos. Basta me esperar. Estarei lá esta noite.

Estava a 20 metros do muro e continuava a não ver nada. O pequeno príncipe disse ainda, após um silêncio:
- O teu veneno é do bom? Estás certa de que não vou sofrer por muito tempo?

Parei, o coração apertado, ainda sem compreender nada
- Agora vai-te embora... - dfisse ele - Eu quero descer!

Então baixei os olhos para o pé do muro, e dei um salto! Lá estava, erquida para o principezinho, uma dessas serpentes amarelas que nos liquidam em trinta segundos.

(...)

Pág 86

O sentimento do irremediável me fez gelar de novo. E eu compreendi que não poderia suportar a idéia de nunca mais escutar esse riso. Ele era para mim como uma fonte no deserto.

(...)

Pág 87

- À noite tu olharás as estrelas. Aquela onde moro é muito pequena,para que eu possa te mostrar. (...) Minha estrela será para ti qualquer uma das estrelas. Assim, gostará de olhar todas elas... Serão, todas, tuas amigas...
(...)

- Quando olhares o céu de noite, eu estarei habitando uma delas, e de lá estarei rindo; então será, para ti, como se todas as outras estrelas rissem! Desta forma, tu, e somente tu, terás estrelas que sabem sorrir!

(...)

Naquela noite não o vi partir.

(...)

Houve apenas um clarão amarelo perto da sua perna. Permaneceu,por um instante,imóvel. Não gritou. Tombou devagarinho como tomba uma árvore. Nem fez sequer barulho, por causa da areia.

(...)

E então eu pergunto: "O que terá acontecido no seu planeta? Talvez o carneiro tenha comido a flor..."

(...)

E nehuma pessoa grande jamais entenderá que isso possa ter tanta importância!

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