quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Movimento Re-Cultura


Cidade de Deus também é Re-Cultura
Hoje, dia três de agosto na cidade do Rio de Janeiro, mais especificamente na Cidade de Deus, deu-se início a campanha do Re-Cultura, movimento para transformar a carga tributária viável para os profissionais da cultura.
Os trabalhadores do meio cultural não podem ser criminalizados e é urgente a necessidade de mudança nas leis de modo que uma regulamentação ocorra, pois esse modelo atual está provado que estrangula os profissionais e inviabiliza qualquer possibilidade de se fazer cultura de verdade .
Essa luta não é só de quem faz cultura, mas de todos aqueles que consomem cultura no Brasil. Participe! Opine!
Se você trabalha ou aprecia a cultura do seu pais, então venha contribuir com esse movimento.
Acesse http://re-cultura.blogspot.com/ e participe.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Hip hop é compromisso

Domingo, 02/08/2009



Hip hop é compromisso

MV Bill



Semana retrasada fui surpreendido por denúncias irresponsáveis a meu respeito, numa tentativa de manchar minha imagem. Produziram um espetáculo aparentemente jornalístico que sugeria ser eu testa de ferro de empresas supostamente piratas, insinuando que desviei milhões de reais, quando não tenho sequer a minha própria empresa. E ainda tentaram induzir as pessoas a pensarem que o livro que escrevi era bancado por dinheiro público. O que é comprovadamente falso.O fato de, numa relação comercial privada, eu usar uma mesma produtora que tem projetos com a Petrobras não permite a ninguém concluir que exista alguma triangulação, como não existe! Isso inclusive já foi confirmado pela própria estatal.Só que miraram num alvo, mas acertaram no próprio pé. O curioso é que, depois, foi descoberto que a empresa questionada é uma agência da área artística reconhecida no mercado, tanto que boa parte da respeitável mídia - inclusive a "denunciante" - recorre a seus serviços. Que ironia...Mas para mim o caso não está encerrado, pois o fato de eu não ter absolutamente nada com essa história, me motiva sim a contribuir para uma grande reflexão, aproveitando essa tentativa de maldade para trazer uma discussão de verdade.Li muitos questionamentos e defesas de artistas sobre suas dificuldades para se manterem no mercado formal e legal. Li muito sobre o que hoje é quase um câncer que corrói praticamente todo o mercado cultural/artístico no Brasil: a necessidade de boa parte dos artistas e riadores precisarem de empresas que vivem da intermediação entre o patrocinador e a arte. Li sobre artistas que recorreram a essas agências culturais para formalizar seus shows que efetivamente ocorreram.E para entender melhor esse problema procurei alguns profissionais da área tributária e, entre outras coisas, pude concluir que não existe dados sobre o impacto da cultura brasileira no PIB nacional, ou seja, não existimos formalmente. Entendi que nós, profissionais autônomos, pagamos sobre o valor do serviço prestado 11% de INSS, 5% de ISS e ainda Imposto de Renda, de acordo com tabela. Além disso, todas as essoas jurídicas que nos contratarem deverão recolher mais 20% sobre o total do cachê para o INSS, independentemente do valor do serviço, e ainda correr o risco de haver caracterização de vínculo empregatício.Entretanto, não é vantagem para nenhum trabalhador permanecer no mercado informal, não há auxílio doença, aposentadoria, e nem são garantidos os benefícios dos contratados com carteira: férias, gratificação de um terço do salário nas férias, descanso remunerado, décimo terceiro, pagamento de hora extra, FGTS, etc.Na verdade, um trabalhador informal acaba ficando à margem das estatísticas e da realidade da classe trabalhadora brasileira, lembrando que a categoria de trabalhadores de "carteira assinada" sempre se destacou como minoria. No caso de profissionais ligados à cultura, essa situação ainda piora quando observamos que, além do indiscutível excesso de tributos, possuímos algumas características que, de acordo com as regras do jogo, contribuem ainda mais para elevar o custo de uma possível contratação, como, por exemplo, o fato de que a maioria desenvolve suas atividades em horário noturno e aos finais de semana. Diante dessa realidade, podemos afirmar que, do ponto de vista financeiro, é praticamente impossível contratar um profissional da área cultural através de registro em carteira.Outra característica é que as funções exercidas pelos profissionais ocorrem em períodos determinados e dificilmente são de ação continuada, inviabilizando sua contratação nesse formato.Toda essa instabilidade obviamente intimida a abertura de empresas próprias, principalmente se pensarmos nas dificuldades para se abrir uma empresa e mantêla em funcionamento neste país. E olha que nem estou falando dos artistas iniciantes, que em geral trabalham para divulgar, não por cachê, mas que estão submetidos às mesmas regras, incluindo pagamentos de músicos e todos os encargos inerentes à atividade.Mas é bom deixar claro que as coisas ditas por mim não são motivos para burlar a legalidade; pelo contrário, ela precisa ser a nossa meta, sempre. Tenho nítido que, como cidadão, espero sempre que o dinheiro público seja bem aplicado, mas não podemos esconder que quem trabalha no meio artístico acaba meio órfão, sem ter uma regulamentação própria para seguir, tendo que se adaptar a uma realidade que não é sua. Portanto, convido todos os que pensam cultura neste país, em especial os parceiros das secretarias e do Ministério da Cultura, para juntos levarmos essa discussão adiante, sem eleger um bode expiatório, mas sim construir uma nova lógica para a cultura brasileira.De certa maneira, agradeço o mal que tentaram fazer comigo, pois a conclusão a que chego é que, ao mesmo tempo em que fiquei indignado por meu nome ter surgido num rolo que não me diz respeito, sinto muito orgulho por ser um artista/militante discriminado por sua origem social, mas que está tendo mais uma vez a coragem e a responsabilidade de botar o dedo na verdadeira ferida da cultura brasileira.

MV Bill é cantor de rap, escritor e um dos fundadores da Central Única de Favelas (Cufa)

Fonte: Jornal O Globo de 02 de agosto de 2009

Movimento ReCultura!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ah, Zeca...

"Se eu quiser fumar eu fumo
Se eu quiser beber eu bebo
Pago tudo que consumo com o suor do meu emprego
Confuso eu no arrumo, mas também não peço arrego
Eu um dia me arrumo, tenho fé no meu apego
Eu só posso ter chamego,
Com quem me faz cafuné
Como o vampiro e o morcego, é o homem e a mulher
O meu linguajar é nato, eu não estou falando grego
Eu tenho amores e amigos de fato, nos lugares onde chego
Se eu estou descontrado, não que eu tivesse bebido
Nem que eu tivesse fumado pra falar da vida alheia
Mas digo sinceramente, na vida a coisa mais feia
É gente que vive chorando de barriga cheia
É gente que vive chorando de barriga cheia
É gente que vive chorando de barriga cheia"

ADORO ESSA MÚSICA!!! É tão simples, é tão livre, é tão minha...

Ah, Zeca...

Uma linda quarta-feira para vocês!

Luka

terça-feira, 28 de julho de 2009

Sábado frenético na agenda de Luka_Lua

Oieeeeeee.

Terça feira. Ai, ai... início da semana, ainda! rs

Sábado frenééééééético na agenda de Luka_Lua. Depois de uma semana super movimentada entre Dia do Amigo, aniversário do Vitinho, Encontros e afins... Sábado foi O DIA das festas.

Acordei cedo para continuar no processo de salvar a vida do meu fusca 69. Jacinto me levou um dinheiro e me trouxe uma big sorte. Fui para as compras de motor com papai, que encontrou um amigo e comentou que estava ali para comprar peças para o meu 69. O cara me contou que tem um que foi do pai dele, o pai comprou o carro zero e manteve novinho, agora o pai faleceu e ele tirou o carro da garagem para colocar pra rodar denovo, nisso, descobriu que o pai mantinha uma verdadeira oficina, com várias peças do modelo, o mesmo que o meu.
Aí, ele se colocou prontamente ao meu dispor,para me dar alguma peça que eu estivesse precisando. Fui direto no que eu mais quero, meu volante original branco. O meu é preto e o Jcinto tem interior branco. Você acreditam que o cara tinha 2 volantes e me deu um?!

HUHUUUULLLLLLLLLLL. Ganhei meu sábado! hehehe

A tarde, churrasco da família do meu maridão, aniversário da minha amada amiga Swe e ainda, aniversário do meu inimigo mór, Franguinho. E, ainda, um sambinha xumbrega que fomos parar mas que foi ótimo, pq acabei encontrando minha amiga Renata, que eu não via a um tempo e aí, colocamos o papo em dia e matamos saudade ( e isso tudo acompanhada de Tathi).

Queridos, sem textos filosóficos nem nada. Queria mesmo era falar.

Beijos a todos e, quem puder, por favor, afaste Tathi Amaral de mim porque ela está acabando com minha vida! hahahaha

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Kombi é treva? Depende do ponto de vista...rs

Escrevi esse texto ontem:

"Estou na Kombi! Treva, como diz o novo jargão popular.
É que eu esperei horas (superlativo, óbvio!) pelo ônibus e nada. Aí, depois de vários carinhas dos "transportes alternativos" que param bem no ponto de ônibus e ficam te perguntando "Norte shopping colega?" (Pausa para questionamento: Tenho cara de consumista? Enfim...) eu não resisti e lá fui eu.
É a primeira vez que eu pego uma Kombi assim, de livre e espontânea "vontade". Oras, meu chopp já estava esquentando lá na mesa do bar e até meu pastel de camarão, que costuma demorar horrores, já estava pronto.
É claro que peguei uma legalizada, pegar aquelas sem as fachas coloridas seria demais. E tem um adesivo aqui em cima da minha cabeça dizendo "Sr. Passageiro, este veículo é legalizado pela S.M.T.U e possui seguro passageiro". "Ai meu Deus", pensei eu, "Será mesmo?"
Mas (perguntas de cxias loucos e com medo de morrer)...
Será que ele paga os impostos?
Será que ele fez revisão?
Será que ele tem os documentos em dia?
E, diante da certeza do não para todas as perguntas que fiz a mim mesma, preferi relaxar, curtir o funk que toca no fundo e escrever para vocês.
Agora tenho que ir, chegou meu ponto... "Moço, dá uma paradinha aí nessa esquina pra mim""


Escrevi isso hj:

E aí ele respondeu: "Craro ném, vai com Deus"

Uma viagem de Kombi será sempre uma viagem de Kombi. TREVA! hahahaha





ps: Porque Deus foi tão bacana quando escolheu meus amigos? Que noite mara a de ontem!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Respiração boca à boca no meu Jacinto

Queridos,

Me faltam palavras. Não é crise, depressão, tristeza or something like this.
It´s only................................................................................... falta de inspiração.
Ainda assim, não queria deixar de escrever. Pura e simplesmente por não querer deixar teias na minha casa.

Então, vou contar pra vcs que meu filhote, Jacinto, tá no hospital denovo.
Depois de 5 meses sem um suspirinho, não tem motor 69 que resista né?

Hoje o novo médico foi examinar Jacinto. Odeio novos médicos, eles sempre querem estorquir os pobres dos pais, apaixonados por seus filhotes, mas, que remédio né?

Quero meu Jacintão funcionando denovo para passear comigo por aí e tirar uma onda de hippie-chique. Adoro tendência! rs

Sem mais, mando notícicias e uma fotinho quando ele voltar pra casa.

Bj e me liga,

Luka (Con a agenda para sábado completamente lotada! Adoiro!)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Feliz dia do amigo em dia de revolta

Não queris estragar o meu post de Dia do Amigo destacando o link que deixo para vocês, mas, depois de ler, ficou impossível não divulgar.

Queridos amigos, agradeço por tê-los na minha vida e por saber reconhecer que sem vocês, seria tudo mais difícil, mas, aproveito para pedir que abracem a minha causa e de milhares de negros do nosso país e do mundo na luta contra o racismo.

Fica aqui a revolta de uma negra que ama o colorido das peles desse país.

FELIZ DIA DO AMIGO PARA AS MELHORES PESSOAS DO MEU MUNDO!

Luka

http://cufamaranhao.blogspot.com/2009/06/racismo-no-brasil-na-pratica.html

segunda-feira, 18 de maio de 2009

MORAR FORA!

“MORAR FORA não é apenas aprender uma nova lingua.
Não é apenas caminhar por ruas diferentes ou conhecer pessoas e culturas diversificadas.
Não é apenas o valor do dinheiro que muda.
Não é apenas trabalhar em algo que você nunca faria no seu pais.
Não é apenas ter a possibilidade de ganhar muito mais dinheiro do que se ganhava.
Não é apenas conquistar um diploma ou fazer um curso diferente.
Morar fora não é só fazer amigos novos e colecionar fotos diferentes.
Não é apenas ter horarios malucos e ver sua rotina se transformar diariamente.
Não é apenas aprender a se virar, lavar, passar, cozinhar.
Não é apenas comer comidas diferentes, pagar suas contas no vencimento, se matar para pagar o aluguel.
Não é apenas não ter que dar satisfações e ser dono do seu nariz.
Não é apenas amar o novo, as mudanças e tambem sentir saudades de pessoas queridas e algumas coisas do seu pais.
Não é apenas levantar da cama em um segundo quando chega encomenda do BraZil.
Não é apenas já saber que é alguém do Brasil ligando quando toca seu celular sempre no mesmo horário.
Não é apenas a distância.
Não são apenas as novidades.
Não é apenas uma nova vista ao abrir a janela.
Morar fora é se conhecer muito mais.
É amadurecer e ver um mundo de possibilidades a sua frente.
É ver que é possivel sim, fazer tudo aquilo que você sempre sonhou e que parecia tão surreal.
É perceber que o mundo está na sua cara e você pode sim, conhece-lo inteiro.
É ver seus objetivos mudarem.
É mudar de ideia.
É colocar em pratica.
É ter que mudar sua cabeça todos os dias.
É deixar de lado as coisas pequenas.
É saber tampar o seu ouvido.
É se valorizar.
É ver sua mente se abrir muito mais, em todos os momentos.
É se ver aberto para a vida.
É não ter medo de arriscar.
É colocar toda a sua fé em prática.
É ter fé.
É aceitar desafios constantes.
É se sentir na Terra do Nunca e não querer voltar.
É querer voltar e não conseguir se imaginar no mesmo lugar.
Morar em outros paises é se surpreender com você mesmo.
É se descobrir e notar que na verdade, você não conhecia a fundo algo que sempre achou que conhecia muito bem: VOCÊ MESMO!!!!”


E queridos... esta chegando a hora de me despedir do mar azul da Australia, da educacao dos Australianos, da minha Joanna pedindo comida de manha na varanda de casa... Esta chegando a hora de me despedir da vista incrivel do meu ap. Junto com a hora de partir, chega tambem a hora de fazer o balanco dessa experiencia.
Nesses ultimos dias, tenho sentido meu coracao apertadinho, apertadinho...
E uma mistura de sentimentos muito louca porque ao mesmo tempo que eu esperei, desde que eu cheguei aqui, pelo momento de ir embora, agora, as coisas estavam comecando a se acertar e eu, tenho que partir.
O meu coracao ta apertado de ter que voltar pro Brasil e perder a vista pro mar. Nossa, isso ta doendo muuuuuuuuito...

E eu nao tenho como deixar de colocar na balanca todos os pros e contras de voltar pro Brasil.
Sera que trabalhar na minha area paga a perda da paz daqui?
Sera que falar a minha lingua paga a perda de chances que esse pais me oferece?
Sera que voltar pra casa, suburbio, bala perdida, falta de educacao... paga a perda da vida regrada daqui?
Mas... sera que tudo isso paga viver longe da familia e dos amigos?

Sao tantas perguntas sem resposta que eu fico ainda mais angustiada com a sensacao de voltar e nao saber se estou fazendo a coisa certa.
A vinda para a Australia foi a realizacao do sonho do intercambio, mas, na idade da maturidade, onde tenho que medir bem todas as minhas atitudes para tentar ter meu futuro bom.
Vim para o intercambio depois de ja ter a minha profissao, a minha casa, o meu marido... aff... muito complexo.

Mas agora, eh hora de voltar.
Nao quero mais morar naquele suburbio feio e violento, nao quero mais o luxo da cidade grande sem a paz da pequena, nao quero mais voltar a sentir obrigacao de ser bem sucedida na carreira que eu estudei. Eu quero ser feliz com pouco, quero ser feliz sem salto alto ou carro de luxo, quero ser feliz sem precisar trabalhar nos finais de semana ou gastar milhoes de reais em cursos de especializacao.

Quero ser feliz podendo mudar, sem ter vergonha de trabalhar no que quer que seja. Eu quero ser feliz com a possibilidade de criar, sem compromisso, um mundo meu. Onde eu possa pagar minhas contas e viver com o troco.

Eu nao quero mais competicao, nao quero mais poder, nao quero mais achar 1000 reais pouco dinheiro depois de viver com muito menos do que isso na Australia.

Eh queridos, hoje e um texto triste, de alguem com medo da sair da "Terra do Nunca".

Com amor,

Luka

domingo, 17 de maio de 2009

Polícia com atitude de polícia!

Ao som de "Coisas Fáceis", do meu cantor preferido no mundo, escrevo para vocês, queridos leitores, num final de tarde frio em Sydney. Hoje eu vou contar para vocês uma curiosidades interessantes de um país organizado.

Semana passada comprei um carro. É um carro velho e barato, claro, sou imigrante. Mas, é um carro bem legal. Enfim, sei que já está perto da hora de voltar pra casa mas essa está sendo a minha última tentativa de juntar o mínimo de dinheiro para curtir um pouquinho depois do final do meu curso.
No primeiro dia que saí com o carro já tive uma surpresa desagradável. O motor estava esquentando e eu não sabia o que era. Minha chefe se ofereceu para me levar para casa, mas, eu não podia deixar meu pobre carrilho lá. Arrisquei vim pra casa com ele e, no caminho, parei em um posto de gasolina com uma oficina. Aqui não tem aquelas garagens de casa abertas, todas imundas, funcionando ilegalmente e com cartazes vulgares esbranquiçados colados na paredes.
A maioria dos postos de gasolina tem mecânicos funcionando. Pois bem, parei lá para ver o que era. Como não podia deixar de ser e seguindo a minha premissa na Austrália de que tudo, para dar certo, tem que dar primeiro errado. Tive que comprar uma peça para o carro. NO PRIMEIRO dia de uso. Fiquei tensa, né? Já pensando no que estava me esperando pela frente...rs
Enfim, peça trocada, aula perdida, vamos para casa...

Day after... sai para trabalhar e, depois de fazer a primeira casa que eu eu tinha no dia, meu parceiro de costume não pode ir trabalhar e aí, convidei uma amiga que está tão fudida de grana quanto eu para fazer o cleaner comigo (na Australia, ajudar é preciso!). Pois bem, eu voltei em Manly, o bairro que eu moro, para buscar ela.
Lilian, que tinha ido fazer um cleaner naquele dia pela primeira vez numa casa, me ligou. Ela estava desesperada porque a mulher era uma pentelha e a cabeçuda quebrou um bibelô da mulher. E eu, como uma boa ouvinte, atendi o telefone e me pus à tentar ajudar, com essa, me ferrei!

Acreditam que quando eu estava fazendo a curva na rua da minha casa, um carro laranja, acreditem LARANJA, parou atras de mim e fez aquele barulhinho: UÉUM!
Of course que eu não tenho como escrever exatamente como é o barulho, mas, vocês já podem imaginar né?... Era o carro da polícia! Aqui, tem muuuuuuita polícia à paisana.
Puts, fui pega em flagrante falando no celular!
O cara parou do meu lado, me mandou abrir o vidro e disse: "Mate, i wanna talk to you".
Vocês já podem imaginar o que aconteceu, né?

Ele desceu do carro, com uma aparelhinho que parecia um negócio daqueles de Onda Livre (aquele de passar no pedágio, sabem?) e me explicou que aquilo ali estava gravando toda nossa conversa. Me amostrou uma luz vermelha no carro, explicando que aquela câmera gravava o que estava acontecendo. Por isso, teríamos que ficar ali, em frente ao carro.

E o melhor da história. O cara chegou falando baixo, com educação e, não me acusou nenhum momento, de estar falando no celular. Ele simplesmente perguntou o porque eu estava dirigindo com uma mão só e com a outra no ouvido. E eu, tive que dizer a verdade, né?!
Aqui, não dá pra chorar, mentir e muito menos, oferecer dinheiro para fugir do erro.

Conclusão: Fine de 243 dólares!

Alguém pode imaginar essa atitude com os nossos PMs SUUUUUUPER honestos do Rio de Janeiro? hahahahahahahahaha


Tô morrendo de vergonha, tô morrendo de vergonha...


Então guys, esse foi mais um capítulo dos meus dias na Astrália. Vejo vocês na próxima vez.

Beijokas,

Luka

terça-feira, 12 de maio de 2009

Um poeta já falou, vendo o homem e seu caminho:
"o lar do passarinho é o ar, e não o ninho".
E eu voei... Eu passei um tempo fora, eu passei um tempo longe.
Não importa quanto tempo, não importa onde.
Num lugar mais frio, ou mais quente de repente, onde a gente é esquisita, um lugar diferente.
Outra língua, outra cultura, outra moeda.
É, vida dura mas eu sou duro na queda.

Se me derrubar... eu me levanto, e fui aos trancos e barrancos, trampo atrás de trampo, trabalhando pra pagar a pensão e superar a tensão do pesadelo da imigração.
Clandestino, imigrante, maltrapilho.
Mais um subdesenvolvido que escolheu o exílio, procurando a sua chance de fazer algum dinheiro, no primeiro mundo com saudade do terceiro.
Família, amigos, meus velhos, meu mano - o meu pequeno mundo em segundo plano.
Eu forcei alguns sorrisos e algumas amizades.
Passei um tempo mal, morrendo de saudade.

Eu tô morrendo de saudade, tô morrendo de saudade.
Eu tô morrendo de saudade, tô morrendo de saudade...

Da beleza poluída, da favela iluminada, do tempero da comida, do som da batucada.
Da cultura, da mistura, da estrutura precária.
Da farofa, do pãozinho e da loucura diária.
Do churrasco de domingo, o rateio e o fiado, a criança ali dormindo, o coroa aposentado.

Eu tô morrendo de saudade, tô morrendo de saudade...

Da mulata oferecida, do pagode malfeito, de torcer na arquibancada pro meu time do peito.
A pelada sagrada com a rapaziada, o sorriso desdentado na rodinha de piada.
Da malandragem, da nossa malícia, da batida de limão, da gelada que delícia!

Eu tô morrendo de saudade, tô morrendo de saudade...

Do jornal lá na banca, da notícia pra ler, das garotas dos programas da TV.
Do jeitinho, do improviso, da bagunça geral.
Do calor humano, do fundo de quintal.
Do clima, da rima, da festa feita à toa - típica mania de levar tudo na boa - do contato, do mato, do cheiro e da cor.
E do nosso jeito de fazer amor.
Agora eu sou poeta, vendo o homem a caminhar:
o lar do passarinho é o ninho, e não o ar.

E eu voltei. E eu passei um tempo bem, depois do meu retorno.
Eu e minha gente, coração mais quente, refeição no forno.
Água no feijão, tô na área, bichinho.
Se me derrubar... eu não tô mais sozinho.
Tô de volta sim senhor.
Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor.
Mas o amor é cego.

Devo admitir, devo e não nego, que aos poucos fui caindo na real, vendo como o Brasa tava em brasa, tava mal.
Vendo a minha terra assim em guerra, o meu país... não dá, não dá pra ser feliz.
E bate uma revolta, e bate uma deprê.
E bate a frustração, e bate o coração pra não morrer.
Mas bate assim cabreiro. Bate no escuro, sem esperança no futuro, bate o desespero.
Bate inseguro, no terceiro mundo, se for, com saudade do primeiro.

Os velhos, os filhos, os manos - ninguém aqui em casa tem direito a fazer planos.
Eu forcei alguns sorrisos e lágrimas risonhas.
Passei um tempo mal, morrendo de vergonha.

Eu tô morrendo de vergonha, tô morrendo de vergonha.
Eu tô morrendo de vergonha, tô morrendo de vergonha...

Da beleza poluída, da favela iluminada, da falta de comida pra quem não tem nada.
Da postura, da usura, da tortura diária.
Da cela especial, da estrutura carcerária.
A chacina de domingo, o rateio e o fiado, a criança ali pedindo, o coroa acorrentado.

Eu tô morrendo de vergonha, tô morrendo de vergonha...

Da mulata oferecida, do pagode malfeito.
Morrer na arquibancada pro meu time do peito.
O salário suado que não serve pra nada, o sorriso desdentado na rodinha de piada.
Da malandragem, da nossa milícia, da batida da PM, porrada da polícia.

Eu tô morrendo de vergonha, tô morrendo de vergonha...

Do jornal lá na banca, da notícia pra ler, das garotas de programa dos programas da TV.
Do jeitinho, do improviso, da bagunça geral, do sorriso mentiroso na campanha eleitoral.
Do clima de festa, da festa feita à toa - ridícula mania de levar tudo na boa - do contato, do mato, do cheiro da carniça.
E do nosso, jeito de fazer justiça.

Mas eu vou ficar no Brasa porque o Brasa é minha casa, casa do meu coração.
Mas eu vou ficar no Brasa porque o Brasa é minha casa e a minha casa só precisa de uma boa arrumação.
Muita água e sabão.
Ensaboa, meu irmão.
Não se suja não.

Indignação.
Manifestação.
Mais informação.
Conscientização.
Comunicação.
Com toda razão.
Participação.
No voto e na pressão.
Reivindicação.
Reformulação.

Água e sabão na nossa nação.
Água e sabão, tá na nossa mão.

Tô morrendo de paixão, tô morrendo de paixão...

terça-feira, 5 de maio de 2009

No coments! rs

Tem horas que a organização da Australia chega a irritar.
É claro que muitas vezes eu gosto. Porque foi essa organização que me trouxe a paz que, logo logo vou acabar perdendo, quando eu voltar pro Brasil (falar desse medo merece um texto a mais). Porém, o número de regras e o excesso de prevenção daqui é uó!
Agora, são 7:40 da manha na Australia e eu, que não tenho trabalho para hoje, já estou acordada. Porque?
Porque às 7:00 da manhã, alguém, certamente preparando seu café da manhã, deixou disparar o alarme de incedio do predio. Resultado?
Aciona o alarme (aqueles bem escandalosos que muita gente nem nunca ouviu na vida), acorda o predio inteiro e, pelo megafone instalados nos corredores, o bombeiro comeca: Emergency, evacuate now!
Porra, que saco. Todo mundo já está cansado de saber que não é emergencia, que alguém fumou demais dentro do ap ou esqueceu de ligar o sugar, mas, somos mesmo é obrigados a descer. Sabe-se lá quando se pode levar uma mlta nesse país. Porque aqui, tudo é na base da multa.
(merece outro texto)

E aí, descem as 5 cabeças do apartamento (o integrante número 6 já tinha saído para trabalhar), todo mundo com cara de sono, cabelo despenteado, bafo, olheira e mau humor, pra que? Para nadaaaaa. Dois minutos depois, o bombeiro libera todo mundo para subir: "Alarme falso, alarme falso!" DROGA!

Sobe todo mundo denovo... deita todo mundo denovo... pega no sono todo mundo de novo e... UÓ! UÓ!UÓ! Toca o alarme denovo.
Nem preciso dizer que, dessa vez, ninguém se mexeu né?!

Tenham uma boa noite no Brasil e nós, tentaremos descansar um pouquinho mais aqui na Oceania.

beijokas,

Luka (Puta de acordar essa hora!)

sexta-feira, 1 de maio de 2009

SAUDADE!

Oi amores.

Está cheio de teia de aranha no meu blogg e confesso q não estava muito animada para escrever, mas, achei um desperdício passar três meses de Australia e eu não contar nenhuma novidade aqui, nenhuma curiosidade, nenhuma loucura... enfim.
Hj vim mais para dizer o tamanho da saudade é maior do que o das surpresas q encontrei aqui.

Minha vida na Australia é boa. Tenho uma vista tão maravilhosa do meu ap aqui que nem sei como vou poder voltar a viver com vista para o castelinho do lado do meu ap no Brazil. (E como eu vou conseguir escrever Brazil com S???) hehhe

Contudo, não está dando para viver longe de casa. Tem dias que meu coração fica tão apertado que chega a doer. Como hj...
E ai, a saida é ver as pessoas queridas pelo orkut. Olhar fotos antigas, deixar recadinhos declarando, em público, meu amor por elas.

A Australia é um pais maravilhoso. Concordo em gênero, número e grau com a premissa que diz que aqui, é o Brasil que deu certo. Eles têm o clima como o nosso, praias lindas como as nossas, pessoas animadas como as nossas e se duvidar, são mais vagabundos que nós, com todos os feriados do planeta. Para se ter uma ideia, aqui, se o feriado cai no final de semana, a segunda feira é ponto facultativo pq eles entendem que o final de semana já é dia livre, portanto, é injusto que o trabahador perca o feriado. hehehe
Eles também têm a seguranca que sonho para o meu Rio de Janeiro. Aqui eu posso ir ao mercado caminhando, sozinha, à meia noite, que não dá nada. Outro dia sai com minha chefe de casa, fechei a janela e o pino da porta e ela disse pra mim: "Não precisa disso, aqui é a Australia". Diante disso, nem quis tocar no assunto de que, no Rio, não podemos ter carro sem seguro, tranca, alarme, segredo, etc... quanto mais deixar o pino aberto! rs

Uma tristeza ter que pensar nisso tudo. Meus dias por aqui estão acabando e confesso estar contando os dias para ver o Cristo Redentor e poder abracar meus amigos e minha familia, beber um vinho vagabundo no baixo méier, trabalhar naquilo que eu gosto...
Dá uma ponta de tristeza ter que voltar. Estou tão perto de tantos lugares maravilhosos do mundo que queria poder estender minha estada e conhecer essas culturas, mas, não posso e vou voltar feliz.

Enfim queridos, tenho muitas coisas legais para contar sobre os hábitos dos Australianos, as regras, as coisas legais e as chatas também, mas, vou fazer isso aos poucos. E juro, vou fazer!
Voltarei a vim aqui diariamente para contar para vcs tudinho que eu estou vivendo aqui.

Enquanto isso, fiquem com esse post que soh quer diser... SAUDADE!!!

Amo vcs,

Luka

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

SAUDADE daqui

Oi queridos!!!
Estava com saudade de vim aqui escrever para vocês, mas, estou tão enlouquecida que ando sem cabeça para isso. Queria ter passado para contar como foi o trabalho lá no Elton John mas perdi o time e agora não conto mais. hehehe

O momento agora é outro: despedida!!!
Agora só faltam 6 dias!!! AI QUE MEDOOOOO!!!! rs
Então, vou deixar uma foto de um momento mágico que eu tive com os melhores amigos que uma pessoa pode ter na vida e adivinha quem os tem???? EU!!!!