domingo, 16 de novembro de 2008

Dia triste

Lágrimas...

É como estão meus lhos até agora. Quase 21h, 10 horas depois de ter levado a Michele, nossa mascote, para tomar a injeção da eutanásia.
Dói, dói muito se despedir do seu animalzinho ainda "cheio" de vida. Nossa, dói muito limpar ela todinha só para ela morrer cheirosa e, mesmo sabendo que não a teremos mais em alguns minutos, se preocupar para ela não se machucar no carro, dói ver a carinha dela pedindo ajuda sem saber o que está acontecendo... Mas, a maior dor que senti hoje foi assinar a autorização que permite que a clínica veterinária aplique a injeção que tiraria a vida dela.
Quando eu cheguei e a coloquei na "maca" onde desde sempre ela tomou suas injeções, tratou do seu ouvido cronicamente com otite, e, recentemente, descobriu que sua "depressão" era sintoma de uma gravidez psicológica, eu não achei que fosse ser tão difícil.

Ao ler o documento, ela olhava para mim, com a língua de fora cmo quando ficava cansada de tanto brincar no quintal ou subir e descer as escadas da casa de mamãe. Dessa vez, ela estava cansada por ter que arrastar todo seu peso sem ajuda das patas traseiras. Ela me olhava com aquele olhinho de confiança. Sabia que estava ali porque queriamos o melhor para ela. O que ela não sabia é que não nos veríamos mais.

Eu senti vergonha... vergonha em assinar aquele papél. Saber que essa escolha foi o melhor para ela não diminuiu a minha dor e, ao entregar a folha assinada, acompanhada de um cheque, me pus a chorar. eu não podia mais olhar para ela. O que eu poderia dizer?

Eu queria poder conversar, pedir desculpas e me despedir ouvindo ela dizer que entendia. Mas, se tratando de um cachorro, isso era impossível.
Então, saí do consultório e a deixei com a veterinária, que a essa altura, chorava, como eu.

Lágrimas...

Ontem foi meu último dia com a minha loba. Ela era tão linda!
Toda preta, nem um fiozinho de outra cor, mesmo que a idade permitisse que alguns fios brancos estreassem entre seus pelos, mal dava para perceber.
Quando desfilava pela rua, sim, porque apesar do tamanlho, ela era uma "lady", todo mundo olhava, fazia carinho e elogiava sua educação e sua beleza.
Às vezes, eu tinha a nítida sensação de que seria assim para sempre, mesmo sabendo que cachorros de grande porte têm propensão a desenvolver o câncer e lembrando do meu histórico de ter permitido o mesmo procedimento naquela que deu à luz a minha Michele.

Não adianta, por mais que eu tente, elas insistem em escorrer pelos meus olhos vendo as coisinhas dela arrumadas em um saco plástico que ainda não tive coragem de colocar no lixo.

A casa ainda está com seus pêlos... ainda tem a alegria de quando chegávamos e tínhamos a oportunidade de vê-la abanar o rabo quando ouvia o barulho da chave ou de quando o rabo ia parando e ela torcia a cabeça para os lados nas despedidas. Era como se dissese: "Não vai me levar"?

Não tive coragem de ficar ao lado dela durante o procedimento. Também sinto vergonha por isso... Mas, depois da injeção e da sua morte confirmada, entrei no consultório denovo. Eu precisava dizer adeus à minha menina, que na última semana, ficou o tempo inteirinho comigo. Meu deu muuuuuuuito trabalho mas soube retribuir, quando fazia todo esforço do mundo para se levantar, com ajuda das patinhas dianteiras, e me ajudar a trocar sua fralda.

Entrei e disse Tchau. "Tchau minha filhota!" Mas dessa vez, ela não respondeu.

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